sábado, novembro 29, 2008

5h e 3 minutos.

Cinco horas e três minutos.

Segundo após segundo.

Cinco horas e quatro minutos.

Os cigarros amontoam-se sobre os centésimos de segundos. É a dormência, a passividade sem cor, uma cratera imensa onde nada se encontra. Um espaço limpo, desprovido de nada.
As paredes não sufocam. Não há paredes.
Não há oxigénio, sobrevive-se com menos do que isso. Há um eu transparente, a teimosia em consumir fragmentos de milhares de personagens ridículamente adoráveis, pequenas marionetas dóceis como cães. Sempre esperei vislumbrar-lhes aquele esgar de dor agonizante, o presságio de que rasgariam a pele parindo a perfeição, mas as marionetas são tão vazias, não se movimentam sem mim. Deitam-se quietas e chamam-me. Ouço-as sussurrar baixo, cada vez mais baixo , que a perfeição nasce da morte.
Quando tudo o resto falha, imobilizo a mente e deixo o corpo ir enquanto espero que não volte... Já não tenho mais linha com que suturar as feridas e as marionetas precisam de dormir.

sábado, novembro 22, 2008

Tell me


Girafa Em Chamas - Salvador Dalí


How many secrets can you swallow before you start to choke?

A ouvir These Good People - The Gathering (em loop)

sábado, novembro 15, 2008

É a nostalgia Senhor!!!




I wonder... onde é que terei metido a t-shirt com a fronha do Morrissey????

quinta-feira, novembro 06, 2008

Eu tenho dois amores

Mails para Inglaterra, Espanha e Estados Unidos.
Horas e horas por dormir.
Telefonemas para produtoras, técnicos e afins.
Cigarro atrás de cigarro.
Leitura intensiva e repetida de dezenas de pdfs.
E tudo por causa destas duas:









Thomson Viper










Sony F23






PROBLE
MA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E agora qual é que eu escolho??




P.S.
O que me chateia solenemente é que bem que posso cantar a plenos pulmões "no natal o meu presente eu quero que seja" e coiso e tal, que nenhuma me vai calhar no sapatinho porque e passo a enumerar: 1º não há verba que dê para uma excentricidade destas; 2º eu só uso botas; 3º não calço um número assim tão grande que permita servir de embrulho a uma destas beldades.

segunda-feira, novembro 03, 2008

2 de Novembro de 2004

Não te escrevi ontem. Escrevo-te hoje com a data de ontem.
Escrevo-te agora com a data de um ontem de há quatro anos atrás.
Na soma dos dias que não consigo contar mas sei serem demasiados, nesta maldita conta que faço , apago e volto a fazer, o resultado é sempre o mesmo... a tua morte.
Nem hoje, nem ontem estive em tua casa. Colei um post-it no espelho para me lembrar que devo esquecer-me de te comprar rosas. Brancas. Não ouvi os Anathema uma única vez. Nem ontem. Nem hoje. Não. Nada.
Portanto minha querida, ontem foi apenas mais um aniversário terrivelmente triste mas ainda assim o meu coração esteve contigo.
Ontem. Hoje. Sempre.