sábado, setembro 22, 2007

Broken children

"O meu mundo acabou..."

Isso passa, um dia vais olhar para trás e rir-te de tudo isto. Sabes, vai chegar a altura em que já não dói. Acredita.

"Admiro-te imenso! Queria tanto ser como tu... assim... distante."

Tu não sabes o que estás a dizer, não queiras! Não desejo isto nem ao meu pior inimigo!

"Juro-te!!! Queria muito ser como tu!!!!!"

Não não queres!


Uma qualquer esplanada de Coimbra, Outubro de 2004



"Vocês, mulheres, são o pior ser à face da terra."

Vocês não nos ficam muito atrás.

"Mas vocês são mais maquiavélicas, ferem-nos com requintes de malvadez."

Poderíamos comparar feridas o resto da noite, mas não chegaríamos a lugar algum. Para além disso não estou com paciência para monólogos.

"Não vale a pena. Eu sei que tenho razão!"

(silêncio, porque não dou murros em ponta de faca)


NL, Coimbra, Junho de 2007






Tu não sabes como é... parecer sem ser. Viver os dias em prol das noites. Consumires-te em segundos na esperança que deles nasça algo a que possas chamar de vida. Tu não sabes como são os acordares incertos, esta nudez de crença quando a noite te abraça e encosta os lábios quentes ao teu ouvido na promessa do raiar do sol dizimar a tua serenidade. Achas que é loucura? Quiçá um viver arrojado, um dançar pela vida fast and furious em que abres os braços a todas as luzes e te submerges em sons? Não! Não é assim! Não há beleza, nem admiração, os pés caminham a centímetros do chão e não há terra que possas chamar de tua, a cabeça esconde-se sob os lençóis da vergonha pagando o preço dos jogos em que te apostaste. Vives cada dia a morrer mais um pouco e esperas que, no fundo, bem lá no fundo, alguém se recorde que não estás, que repare que te remetes ao silêncio porque a tua esperança não se esvaiu ainda que afirmes a plenos pulmões que nada esperas do mundo, que não notem que acreditas que serás resgatada do que te consome sem saberes ao certo afinal o que é.
Saberes que... se olhares bem dentro de ti assusta-te a certeza de que és uma farsa, mas ainda assim sonhas ser um mito.







P.S. "(...) I'm coming home/I'm coming home/To make it all right/So dry your eyes (...)". Devolvo-te a música, os segundos, o olhar, o silêncio do adormecer. We don't "think the same things at the same time", eu não tenho as perguntas para as tuas respostas. Por mais que eu quisesse...
P.P.S. Nem sempre o tu existe.

3 Comments:

Blogger Yashmeen said...

Broken hearts will shine one day...

23/9/07 11:31  
Blogger A said...

Remexer no Passado não nos faz melhores no Presente e concerteza nunca chegaremos a lado algum no Futuro.


O Tu existe sempre, e vou apenas agarrar-me ao texto sem esmiufrá-lo ou esmiuçá-lo de uma ponta a outra.

Vives um dilema em que sugeres a agressividade e a revolta do Eu contra um Tu (pode ser o resto do Mundo), ou alguém de quem não gostes ou queiras dizer "umas verdades"... para depois passares a um Tu/Eu, um monólogo algo previsível dado que tu própria sentes-te a vítima de todos os males... sabes o que é que eu acho?

Acho que cansa ter-se uma máscara todos os dias, e parecer mais do que na realidade ser.
Se morremos a cada dia que passa não sei: acho que é uma afirmação um bocado estúpida de se fazer (vá, caiam-me todos os gógós em cima agora!!!) acima de tudo um grande desperdício. Principalmente quando pensamos naqueles que mais amamos e que já partiram que não gostariam nada de nos ver a afundar na nossa pseudo-vida.


Sabes q mais? Fuck'em all!!!!!

Trata os nomes por tu e o Eu acima do pedestal porque é lá que estás. Pelo menos cá dentro.

(não me obrigues a ir aí dar-te um par de etalos porque agora fica-me um bocado mais caro)


One thousand kisses deep :)

25/9/07 07:50  
Blogger Klatuu o embuçado said...

O melhor é cortar logo o cordão umbilical...

Dark kiss.
P. S. Evita-se muito sofrimento, o patético e o ridículo.

28/9/07 15:44  

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