10,9,8,7,6,5,4,3,2,1... 2007 gone
Cansei-me de vasculhar a minha vida para tentar perceber onde foi exactamente que me perdi... Já juntei peça por peça para tentar fazer o puzzle e mais uma vez faltam-me as extremidades, não encontro um início nem um final, mas sei que trago os bolsos cheios de lembranças que a dada altura provocaram, em mim, alguma comoção ou fúria desmedida. Sinto-me sem me conseguir (d)escrever, sou vontade em palavras de uma caneta que escreve a sumo de limão e aproximo-me do fogo, não pela vã esperança do calor mas almejando o vislumbre da percepção daquilo em que me tornei. A questão nunca foi quem sou, mas o que sou... o eu final anunciado, a última letra da primeira página.
3 Comments:
relaxa...
...
AS FACES
Hoje analisei-te ao espelho pela primeira vez na vida.
Espantado perante tão vaga ideia de mim mesmo;
sempre escondi as marés do medo numa arrogância inconsciente,
agora compreendo os cristais gastos que criei como protecção
(viver sem me importar, afastando-me de todos).
Sou apenas nem um minúsculo suspiro
ensanguentado pelo engano da criação,
ervilha hérculea pervertida, polinizada sob a crosta
fechada a lacre personalizado no envelope interior,
aprendendo a lidar com a própria caricatura
e respirar paz prespectivando o nada aerodinâmico.
Compreendo que aqui e assim não quero ficar
enfrentando sozinho os recantos obscuros da personalidade,
pânico e histeria apoderam-se (gostava de conseguir desistir)
dada a complexidade de amarras desta injusta condição designada humana,
que as disfuncionais Felicidade e Maturidade apodreçam
fugindo por sombras invisíveis, esperando ao virar da esquina
pela revelação que me acorde deste sonho incompleto e
me esfaqueie até à enseada temida Morte...
2002
in fotosintese
WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM
Enviei, por mail, a modinha da Beth Gibbons.
E vá, para que ocê não julgue que sou mais insensível que o que sou... UM BOM ANO DE 2008!!!!!!!! :)
Um abraço com muitas saudades suas!
A guerra daqui não mata - mas abre fissuras
Nos nervos - é o que te posso dizer
Deste país que escolhi para definhar
A cidade é um amontoado de lixo de tapumes
De sucata e de casas que se desmoronam
A realidade estragou os olhos das crianças
No fim do corpo em que me escondo espalhou-se
A treva onde
Guardo a corola azulínea de tua ausência
E o marulho nítido de um mar que canta
E um calor sísmico nos lábios que beijaste
É - me difícil continuar a escrever-te
O que me destrói - sei que estou fodido
E tu já não és meu
Preparo-me para entreabrir os olhos e
Deixar escorrer a convulsão oleosa das lágrimas
E das coisas tristes.
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