quarta-feira, maio 21, 2008

Às vezes é só mesmo isto. Não há nada mais que procurar ou tentar perceber. A ilusão, ainda que não o seja, sobejamente conhecida, por vezes arranja formas de gatinhar, tipo em pézinhos de lã, e pintar um possível cenário. Mas é como dar murros em ponta de faca, até porque a mão encaixa perfeitamente. Os golpes já foram dados e a direcção que a "mão" toma é, apenas, relativamente diferente, ilusoriamente diferente ou seja, correndo o risco e sinceramente estou-me a cagar para os clichés e os been there done that, mal o golpe é desferido já não há dor, a união é perfeita.
Depois de tudo isto, resumo-me ao simples facto de hoje não ter conseguido respirar na amálgama de doentes nocturnos que me rodeiam e na impossibilidade de alterar constatações.
Sinceramente??? Já nada me dói, sem ser o peito que se insuflava por uma lufada de ar mas também, aprende-se a viver com tão pouco... porque não sem respirar?!


A ouvir "qualquer música" de Sisters Of Mercy em loop

domingo, maio 18, 2008

A morte rouba-nos sempre os melhores II

Here are the young men, the weight on their shoulders,
Here are the young men, well where have they been?
We knocked on the doors of hells darker chamber,
Pushed to the limit, we dragged ourselves in,
Watched from the wings as the scenes were replaying,
We saw ourselves now as we never had seen.
Portrayal of the trauma and degeneration,
The sorrows we suffered and never were free.

Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?

Weary inside, now our hearts lost forever,
Cant replace the fear, or the thrill of the chase,
Each ritual showed up the door for our wanderings,
Open then shut, then slammed in our face.

Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?

Decades - Joy Division

quinta-feira, maio 08, 2008

(au)Sente



Mas há!
Porque só eu sei o quanto a voz em mim não se cala, a velocidade a que o sangue corre pelas ruas desta cidade, as ruas que foram nossas.
Há um motivo imensamente grande para te falar a meio da noite e dos dias, para te gritar na mudança dos segundos, para contar-te que o meu respirar se confunde com o mexer do teu braço sobre o meu corpo, para dizer o teu nome no frame exacto em que o filme muda de cenário, aquele filme a que nunca chegámos a ver o final...
Há um motivo tão válido para te importunar a meio da noite porque só eu tenho o "bilhete para a tua vida", aquele que me permitia idas e vindas sem descanso na nossa pele unida, temente das horas que cavalgavam sobre o final da tarde numa luta desigual contra o tempo.
"Quero parar o tempo!", o tempo não pára.
Eu disse-te que o tempo não pára...
Escorre-nos entre as mãos e vai-se entre números que perfazem uma imensidão de faces ilustradoras de um abismo.
Eu nunca consegui parar o tempo, ainda agora corro contra ele de peito aberto à espera de um grande final nestas noites demasiado compridas em que tudo o que resta é a imensidão do meu nome pronunciado de um modo tão diferente da canção que saía dos teus lábios.
Mas há um motivo enorme para te importunar a noite em lembranças nesse chão que pisas diariamente, nos silêncios carregados do perfume dos meus cabelos, nas palavras vestidas da pele marmórea dos meus ombros ruborizados pelo passeio dos teus lábios, nas tuas lágrimas sulcadas no meu peito quando mergulhavas em mim como se eu te pudesse escudar de um mundo que odiavas, na recordação da nossa "foto" enlaçados frente ao espelho... o espelho que te devolve dia após dia a tua face a olhar para a tua face. Quem és. O que és.
Sim... eu sei que tu escondes, o motivo enorme que nos faz(ia) importunar a noite.

terça-feira, maio 06, 2008

Prenda virtual da tarde



Porque por vezes bastam pequenas coisas para que me sinta feliz, ainda que por momentos.
Obrigado Meph :)