quarta-feira, setembro 27, 2006

This is me

She's in love with herself.
She likes the dark.
On her milk white neck.
The Devil's mark.
It's all Hallows Eve.
The moon is full.
Will she trick or treat.
I bet she will.

She's got a date at midnight.
With Nosferatu.
Oh baby, Lilly Munster.
Ain't got nothing on you.
Well when I called her evil.
She just laughed.
And cast that spell on me.
Boo Bitch Craft.

Yeah you wanna go out 'cause it's raining and blowing.
You can't go out 'cause your roots are showing.
Dye em black.
Black no. 1

Little wolf skin boots.
And clove cigarettes.
An erotic funeral.
For witch she's dressed.
Her perfume smells like.
Burning leaves.
Everyday is Halloween.

Loving you was like loving the dead.

Black Nº1 - Type O Negative

Em jeito de "comemoração" por, daqui a um dia, estar um ano mais próxima da morte:
Acho que cada um de nós tem direito de reclamar para si uma música, aquela identificação profunda com palavras escritas por quem nunca nos conheceu. Esta é a minha música, a que reclamo para a minha pessoa. Obrigado Steele por horas de divagação e afago de ego! Por sorrisos solitários e danças de recuperação no meio do vazio.
Diz-me, sou música para ti? Invado-te a lembrança pela voz de outro(a)s?
Aos que me conhecem e aos que não me conhecem, estão à vontade para tentar, digam-me se há músicas que vos lembra de mim e porquê. Bring it on people!!

segunda-feira, setembro 25, 2006

Maçã

"Carry your cross and I'll carry mine
Dig your own hole and you'll be fine
Build your own tower until heavens devour
Your very last hour"
Carry Your Cross and I'll Carry Mine - Tiamat

Esta é a carta do fim. Nunca a vontade de definhar foi tão intensa.
O nada. Sempre o nada.
As mãos tremem e as pontas dos dedos riscam-se de negro, num augúrio da podridão que irá corroer o corpo em busca do tesouro-alma.
Apetece-me ir com o vento, navegar até ao limite da terra e aí precipitar as palavras que agora se confundem nas cores, uma miscelânea viscosa para pintar a falta de tonalidade da sobrevivência.
Era para ser a carta do fim, mas o fim já chegou à muito, instalou-se devagar... sorrindo. Deu-me a mão e puxou-me para dançar. Nas cordas de uma sinfonia mortífera, danço sem que os pés toquem o chão povoado por restos de sonhos que me golpearam em instantes desprovidos de sorrisos.
Fui sendo morta, aos poucos, na crença de que uma réstia de vida seria colocada na minha boca para me dar o sabor de um santuário em que não sou pura o suficiente para entrar. Lentamente perdi o palpitar nos caminhos do meu ser e, para todo o sempre, deambularei condenada na lembrança de que o tempo foi um suave carrasco, que me permitiu pousar a cabeça no seu regaço fazendo-me acreditar, fazendo-me acreditar...
Eu... deixei-me à morte...

sexta-feira, setembro 22, 2006

Pedido


A bloody rusted nail
piercing through my veins
no light to change eternal night to day
here human life has no worth

I never found what I was looking for
do you hear me when I cry
I never know what to search
will you find it when I'm gone?

Do you hear me when i cry
no you don't
chaos, madness, many sighs
in a world without hope

my mind's not filled with things to come
time runs away under my feet
a part of me has gone and died
life's going on and will do when i'm gone

Hear Me - Darkseed

Foto por Nuno Curado

quinta-feira, setembro 21, 2006

"Niña, que todos tus sueños se realizen"

Foto por EyeOfHorus

Still waiting...


sexta-feira, setembro 15, 2006

Em mim não vive o poema. No negro frio das águas afunda-se o eu. Em mim, o silêncio do nada.
No meu olhar o fogo consumido...



P.S. Isto não é um pedido de salvação.

sábado, setembro 09, 2006

Presságio

Porque naquela tarde as tuas palavras chegaram antes das minhas...
Veio a tarde...
Na sombra o meu olhar nos minutos antecedentes à morte de um homem feito pássaro.
Chovia nas horas cinzentas em que a criança observava as lápides e o pássaro veio. No olhar de ambos o entendimento único de quem anda de mão dada com a morte.
Nas palavras da menina a surpresa do meu clamor. Em resposta, os teus sinais como se estivesses à espera para me fazeres saber que continuavas ali.
O pássaro, negro azeviche, voou.
Eu continuei quieta, indecisa entre o sorriso e a lágrima, os dedos trémulos, a mente preocupada. A queda do homem feito pássaro veio e com ela a morte que havia sido anunciada. Vestiu-se a noite e os meus pesadelos deixaram-me livre por algumas horas.
Dormi na crença de que por uma noite, poderia sonhar...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Travessia

Ao aproximar-me da cidade baixei o olhar para que, de uma qualquer maneira infrutífera, não visse que me aproximava de um local que acelera a minha pulsação. Cerrei os olhos e atravessei a ponte sem olhar para trás.
A cidade ficou lá, nas pontas dos meus cabelos. Veio a noite, o cheiro do mar, a ausência, o sono perturbado pela minha voz. Um grito só. Sem alcance. De ida e volta. Apenas meu.
No dia seguinte, ao final da tarde, aproximei-me da cidade. Desta vez não cerrei o olhar ao reflexo do sol na margem principal. Controlei o respirar até à inexistência como se, assim, fosse possível que não chegasses até mim.
Ontem atravessei o rio. A mão direita colada na janela, a esquerda rasgando a pele do peito quase morto. Viajei sobre o leito em que adormeces, mas não te consegui tocar.