segunda-feira, outubro 24, 2005

O caír do véu

Tinha o texto praticamente estudado quando aqui cheguei. Sei que não devia estar aqui, mas a bebedeira dá para isto. Sim! Estou um pouco, para não dizer demais, "bebida". Se gosto? Não o sei dizer, simplesmente calhou. Tive tudo para estar em mil e quinhentos lugares neste momento mas não estou, preferi ficar aqui. Já passei por ruas que não devia ter passado, já fiz demasiadas curvas em contra-mão, não só literalmente como fisicamente, mas é aqui que estou! Quem me conhece sabe que infringi uma suposta "lei", mas eu sou assim, não sei ser politicamente correcta e leis ... bem, nem todas são comigo. Sigo aquelas que me parecem exequíveis ou que se encaixam no meu padrão de vida. Uma vida que escolhi para mim e que não sei onde me vai levar. Sinceramente? Nem quero saber! Acho que ainda não estou cá, aqui, neste lugar, neste espaço de tempo, mas também, este tempo não é meu, esta vida não é minha, não a pedi, não A QUERO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Será assim tão difícil perceber que podemos optar por estar onde queremos estar? Vivemos demasiados momentos em prol de algo que ninguém explica. Mas certamente que a crença de que faz sentido se mantém. Desempenhamos demasiados papeis, já fui princesa, mãe, prostituta, vilã ou simplesmente nada. Para chegar onde?! A um único e simples lugar, AQUELE! Para chegar a tua casa. Casa de telhado de cabelo negro, janelas verdes, portas brancas, com fechadura ziper de vinyl. Tu! Sim tu! Tu que ontem olhaste como se visses através e sabes que isso doeu. Tu que foste um Tu que deixou de o ser, passaste a ser uma foto dentro de uma mera caixa de sapatos. Tu que deste lugar a um outro Tu dentro de um computador, dentro de uma vida vazia sem nada mais para dizer ou dar. Consegues olhar-me agora? Pensa bem, não é um espectáculo lindo de se ver.... Agora que as minhas mãos estão atadas vens pedir-me para viver na esperança de que um dia... um dia seja algo de grande. Ouve... Sim OUVE-ME!!!!!!! Eu não sou grande, se me visses agora verias um EU muito pequeno a pedir o colo da mãe, um rosto de linhas negras que clama por um simples olhar, não é disso que andamos todos à procura? Um olhar que nos afague? Achas normal que tenha que me controlar para não me esvaír em prantos? Achas normal que nunca mostre o quão frágil que sou? Entras quando queres e deixas a "casa" toda desarrumada, e eu? Onde fico no meio de tudo isso????

quarta-feira, outubro 19, 2005

Os meus pequenos tesouros

Uma foto de um eu que não sou
CD's
Uma luz guia
O "Gervásio"
Amigos rectangulares com paredes de vidro
Sangue negro
Uma porta para o mundo
A rosa sem côr
O chão em que me deito
Baú de recordações
Tu (que já não o és) lá dentro
Um cinzeiro
Uma almofada para ti
Uma janela aberta para o fim

terça-feira, outubro 18, 2005

Não foi por querer...

acaso (do Lat. a casu), s. m. sucesso imprevisto; eventualidade; (no pl.) riscos, perigos; adv.talvez; casualmente; loc. adv. ao ~: à aventura, sem reflexão; por~: fortuitamente.

P.S. Era para ser um texto, mas não o consegui "vomitar"...

segunda-feira, outubro 17, 2005

It was not meant to be


Viagens de regresso sempre com um certo gosto de falta. Falta tempo, falta lugar, falta luz, falta força de ser ou de não o ser, falta olhar, o meu, o teu. Falto eu, faltas tu. Numa cidade não tão grande assim mas equivalente a um agradável mundo novo.
Demasiada informação, informação, informação.
Do bom-fabuloso ao bom-inesquecível, vai a distância de uma linha de eléctrico, uma chave de um carro, um jantar e uma pequena força de vontade de falar.
Não faltei eu...

sexta-feira, outubro 14, 2005

Para mim que não sou assim tão especial

You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let her
You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let you

She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done

Now you wish she'd never come back here again
Oh, never come back here again

You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let you

You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let you

She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done

"Auf Acshe" - Franz Ferdinand

quinta-feira, outubro 13, 2005

O fim do cigarro

Agora que aqui cheguei nem sei bem o que fazer, já passaram muitos anos e com eles passou também a tendência ou a vontade do saber escrever. É incrível a forma como nos acomodamos, impávidos e serenos ( e vai daí que não) ao passar dos dias. Estranhamente perdida, aqui como em qualquer outro lado, movida por uma força que sei que não tenho mas que sempre mostrei ter, continuo a sentir-me impelida a combater esta vontade enorme de me sentar a um canto e olhar... Olhar sem ver... Então, este é o meu primeiro post, não é lá grande coisa mas é meu e sendo que assim é, "este" ninguém mo pode tirar!