Ontem anoiteceu em mim... o corpo esquecido no azul, as mãos trémulas na penumbra, uma única luz guia, pequena, ténue, desfalecendo no branco. O corpo enroscado sobre o centro, os gritos pintados nas paredes brancas, o cheiro analgésico da meditação chicoteando o cérebro.
As I draw up my breath,
And silver fills my eyes.
I kiss her still,
For she will never rise.
Fora do ninho a luz queima, avança sobre o mármore quadrado e os meus pés descalços dançam em frio antes daquele momento em que a mão se fecha guardando o dez de copas do demónio feito mulher.
On my weak body,
Lays her dying hand.
Through those meadows of Heaven,
Where we ran.
Ergue a mão fechada e agarra a sobrevivência, pois rastejar é tão natural como o caminhares com o corpo hirto, sendo a única diferença a ocultação do olhar ferido aos corpos que se cruzam contigo e não olham para trás. Une-te à terra pois sempre foi tua mãe, dela emergiste invertida e nela mergulharás como um deus descrente.
Like a thief in the night,
The wind blows so light.
It wars with my tears,
That won't dry for many years.
Deita o demónio de copas na palma direita e sufoca-o com a esquerda, pressiona o sangue guardado atrás das linhas da vida misturando-o com as palavras e ouve, escuta agora as palavras que afogarás:
"Poderias ver-te dentro de mim sem que o oxigénio fosse preciso em jeito de manutenção do teu olhar. Sabes... eu poderia (vi)ver dentro de ti, sem que o sangue corresse célere como a água que escorre dos céus antes destes se rasgarem.
Poderíamos (vi)ver a morte mais do que alguma vez significaria a vida, no entanto, quando te clamei que morresses fizeste-o para mim e não por mim.
Esquece... e apaga os nossos nomes da rua."
"Loves golden arrow
At her should have fled,
And not Deaths ebon dart
To strike her dead."
Citações de "For My Fallen Angel" - My Dying Bride