quarta-feira, abril 26, 2006

Momento Zen

Find me with the howling
In the night I will be waiting under
Remember how cold the touch
When you fall with another

Approaching the eternal day

The everlasting nothing between us
The everlasting nothing around us

Returning in your other shape
At midnight the failing wonder
Remember there can be only one
We the trophy of each other

Sanguine - Your love comes to me in oceans of blood

Find me with the howling
In the night I am going under
Remember how cold the touch
You have fallen with another

Leave me by the fading
Silenced in the trust
Remember how cold the truth
When we breed one another

Sanguine - Your love comes to me in oceans of blood

The everlasting ignorance around us, forever living sickness inside us.
The silence still not finished with us, the madness breeding when we do.
For you I will cut my veins open and let you hide on them.
For you I will cut my veins open, let you live freely on them.

Sanguine - Your love comes to me in oceans of blood

"Sanguine" - Moonspell




Chegar ao covil, acender uma vela quase fúnebre e meditar em forma de odor. A nuvem de nefastos "pós" assentará, mais cedo ou mais tarde, entretanto o deleite refastelado em chão macio é incomparável.
Darkness comes slowly, like a desired death, to mingle music with blood. I must... I will... let it flow.
Always under the Moon Spell...
P.S. Obrigado à Lua e à Morte pelo telefonema lunar e pela surpresa infernal. You saved my day and my night!
P.P.S. A incursão noctívaga a cargo do "sacerdote" Edlund no DVD "The Church of Tiamat" ficará cravada, gravada, impressa em mil sensações arrepiantes de tanto prazer. Hail Edlund! Rule and I will follow.

segunda-feira, abril 24, 2006

Agulha nervosa

É o tempo que se move nas entre-linhas-fora do que escrevo, enquanto entranço minutos nos pulsos da sobrevivência. Há vidas lá fora, carregadas em ombros exaustos que passeiam sorrisos lamentados.
Lembro agora, nem sempre, apenas de minuto em minuto num intervalo nada secular. A noite da véspera na chuva lado a lado e a minha cabeça repousada na omoplata cheirada às escondidas. Picada letal na hora (que é) das palavras.
Porque sempre estiveste num anel.
Não de planeta.Não de mão. De coração-copo-de-sumo.
Dá-me o polegar de novo, num amanhecer diferente daquele, menos frio do que se sente lá fora, mais envolvente do calor da despedida com promessa.
Há vidas lá fora.
Porque. Sempre. Estás.
Há vidas lá fora... de mim.
Nunca... foi só sobre mim.

terça-feira, abril 18, 2006

Ponto de encontro: FIM


"(...) any colour you like as long as it's black"
Johan Edlund




Agora é momento de fim, de terminar o que foi começado por mãos que não as minhas.
Que me interessa a mim o que possas pensar de um mundo que não conheces e que teimas em ignorar porque a isso o teu deus instiga. Não te esqueças que já há muito que o sol se desencontrava nas noites em que me passeava, que muito antes ,dos que se proclamaram seguidores, já o meu reflexo não era visível em águas ou objectos de vaidade manufacturados por animais de duas patas que se assumem como seres inteligentes providos de violência e estupidez.
É neste dia que dito o esquecimento da tua alma não lhe oferecendo uma eternidade com a qual não conseguiria lidar, este é o agora em que a jocosidade do teu temor se escapa sorrateiramente por vielas que cruzas no corpo trémulo.
Farei algum sentido no momento em que me vês abrir a capa mostrando-te as marcas em brasa dos corpos que engoli e que, agora putrefactos, se degladiam no interior estomacal para a saída redentora?
Cala-te!!!!!!
Aqui não há redenção pois não o permitirei! Assim como eu vivi incólume no intervalo dos tempos esquecendo tudo o que me foi retirado, também não agarrarei uma mão encarquilhada, por escritos escondidos, que me possa aparecer em jeito de perdão.
A sinalética do meu corpo não é uma biblioteca perdida, com escritos ostracizados por sacerdotes inquisitórios, gordos suados de olhares gulosos.
No dia em que irrompi de mim profetizaram-me, as palavras besuntando-me como se fosse um unguento aquecendo a carne alva.
"Se Deus te assinalou algum defeito te encontrou!"
Antes de extinguir a tua orgulhosa vida diz-me.
(respira uma derradeira vez)
Quantos defeitos me consegues encontrar?

domingo, abril 16, 2006

Vórtice

Adormeci pelo tempo de uma viagem, um sono em que o cérebro inerte permitiu que eu saísse de tudo, que apagasse a metrópole que me é emprestada por noites, que o corpo esquecido num degrau ganhasse dor física, muito mais suportável. A dor tantas vezes ansiada num duelo mental e demasiadas vezes vencida pela inevitável imagem, aço circular que contorna extremidades acariciadas pelo hálito que sopro através de vento e fogo, granizo ferindo as pestanas já ensopadas que se encostam à pedra secular de uma catedral citadina.
A melancolia é dor e as palavras cavalgam cada fio vermelho como se fossem valquírias descontroladas, corpos perdidos que percorrem a noite das ruas em que a planta dos teus pés desliza. Ah... não saibas que coloco a palma das mãos nas pedras rectangulares que forram encruzilhadas, que encosto o ouvido ao chão tentando ouvir o bater solitário dos teus dedos nos rectângulos em que depositas vida, que gatinho por entre pessoas, animais, frestas procurando o teu cheiro.
Por cada esquina que passo rasgo a cal com as presas vermelhas, em jeito de recado para me lembrar que já passei ali, para evitar perder-me no labirinto e ir dar mais uma vez à Espera.
Ah... não saibas que ainda hoje me sentei num lugar comum em que não entras e ao qual não pertenço. Não saibas que desta vez fui eu que esperei que tu chegasses e não tu que eu saísse. Não saibas que hoje não choveu e que as palavras não tiveram resposta. Não saibas, que hoje, ao som do que não deve ser ouvido, me sentei em pedra, escondi as mãos nos bolsos e chorei com a Via Sacra reflectida em mim.
Escrito ao som de "34.788%..." de My Dying Bride

quinta-feira, abril 13, 2006

(res)Caldos caseiros

Mais sono
Menos dinheiro
Mais tempo usufruído com os amigos (excelente)
Fígado un petit peu desgastado
Notícias de ti
Suor Pure Poison
McCoy aos berros na pista
Cãimbra no pé ao som de "Alma Mater" (não é legal)
Estômago gelado
Descanso no wc com o pé descalço enquanto fumava um cigarro (distração da dor)
Gótico grita às gargalhadas "Só tu!!!"
Troca de informação
Segurança avisa da falta de magnésio (incluir na lista de compras)
Coil até casa
Corpo cansado
Ups! Esqueci-me de dar boleia à alma

P.S. Dizem as más línguas que vem aí uma surpresa para moi, I wonder...

segunda-feira, abril 10, 2006

Tempo marcado

Foto por Eye of Horus

domingo, abril 09, 2006

Domingo de ramos

Escrevo-te daqui, deste lado apodrecido de mim em que ainda é possível sentir algo mais para além da tua presença ausente.
Hoje é domingodiamorto, altura de fazer balanço semanal do tédio dos dias trabalhados até à hora de repousar os cabelos no linho. Amanhã será mais um dia vivido no possível que se consegue encontrar dentro do desterro da existência.
Diz-me, que dia é para ti amanhã? Um dia em que erguerás o corpo para o sol ou só sairás do casulo quando a lua te espreitar entre os telhados das casas? Vejo-me obrigada a movimentos autónomos para distrair as músicas para tempos em que icebergs passavam vagarosamente entre as minhas mãos mas não me queimavam a palma.
Hoje é domingodiamorto e eu não quero fazer mais nada a não ser ignorar o caminho que me leva a casa. Amanhã pentearei os cabelos até arranhar os ombros na tua falta. Conta-me hoje, se recordas um monte idoso em que eu ria desmesuradamente enquanto tu me sorrias de modo protector.
Nos momentos de agora, leio livros de profetas vivos e aconselho ladaínhas quando ofereço a omoplata aos que vertem mágoas de um modo mais simples do que eu. Amanhã relatarei e saberei de vidas que me rodeiam, escutarei com atenção vitórias e batalhas perdidas, não verei os meus segundos que passam num relógio de aço que guardo numa caixa.
Hoje, domingodiamorto, queimarei um incenso para mim e acenderei uma vela... por mim.
"eram as estrelas, caminhante,
o mapa que não soubeste decifrar
mas vais continuar e continuar
perdido para sempre."
A Criança Em Ruínas - José Luís Peixoto

segunda-feira, abril 03, 2006

O prazer de ofender o silêncio

E se o que escrevo não tivesse qualquer sentido? Se naquela tarde não fosses tu a vir ou o meu pedido para não ir tivesse sido aceite? E se o céu não fosse tão vasto e as noites não fossem tão atraentemente promissoras? Se a minha opa não fosse negra e o mar não me desse a beber o teu olhar? E se o fogo não queimasse o desejo e todo o meu ser clamasse pelas cinzas? Se o vento não uivasse no cimo da montanha da Lua e a música não fosse essencial à minha-vida-tua? E se o tempo não contasse lembranças e os afastamentos fossem esquecidos? Se a fotografia não gravasse gritos e os passos fossem rastos? E se os reis se erguessem dos túmulos e o silêncio perturbasse majestosamente? Se tudo o que conhecemos desaparecesse e a terra se movimentasse tal qual um rio? E se o gelo mumificasse os erros da história e Cleópatra não tivesse sucumbido? E se o sangue jorrasse dentro de mim sem ser visível e tu lhe sentisses o quente na boca?
Lacrar os lábios não implica amordaçar a mente.